quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Vaticano cidade aberta.

O papa Francisco quer tornar a Igreja mais inclusiva, mas quer primeiro medir pulso aos fiéis e sacerdotes. Numa reacção talvez prematura, os bispos portugueses fizeram saber que está fora de causa aceitar o casamento gay. Como explicou o padre Manuel Morujão, porta-voz dos bispos. Há questões de principio que não se compadecem com gostos ou com as opiniões da  maioria. E Morujão sublinha que os princípios não  podem andar ao sabor das marés. Certo. A Igreja defende valores e convicções e não tem de mudá-los para ser mais popular. Que o tenha feito no passado e que venha a fazê-lo no futuro não invalida a afirmação, limita-se a dar-lhe outro...matriz. A Igreja tem tendência para arrastar os pés e por vezes ignora, ou ataca, evoluções cruciais. Fe -lo no século XVI, no alvor das ciências exatas, e só em meados do século XX aceitou, a contragosto, a verdade do darwinismo. Mas os valores morais não são ciência e por isso a Igreja tem legitimidade para abrir ou fechar portas a quem muito bem entender. Pode errar, mas esse é o risco inerente a qualquer escolha. O inquérito do papa poderá vir a mudar muito pouco, mas uma coisa já conseguiu animou o debate no seio da Igreja.

Sem comentários:

Enviar um comentário