Fernando Van Zeller Gomes da Silva chega de carro com a mulher a um baldio de beira de estrada á entrada do Carvalhal, concelho de Grândola. Não há automobilista que ali passe, a caminho das praias do Pego e do Carvalhal ou siga para sul para fora dos limites da Herdade da Comporta, rumo a Melides, que não tenha topado o arrial de velharias de Júlio Luís Maia. Foi ali que Cristina Espírito Santo foi fotografada sentada numa motorizada da Fundador, a empresa de Sangalhos que acendia velocidade em meados de 1900, comprada depois pela Casal. Foi com uma só frase que aquela filha de Jorge Espírito Santo-banqueiro e administrador do BES e primo direito da mãe de Ricardo Salgado, o actual presidente executivo do Banco Espírito Santo-abriu a guerra virtual dos pobrezinhos Digamos que brincaram um bocadinho com isto. Mas a verdadeira história da Herdade da Comporta começou no século XIX, com a produção de arroz e a incorporação na companhia das Lezírias do Tejo e do Sado, propriedade da Coroa portuguesa. Em 1925, a herdade foi comprada pela inglesa The Atlantic Company e, em 1955, pelos Espíritos Santos. Foi nacionalizada em 1975 regressou á família dezasseis anos depois. Hoje em dia é a maior propriedade nacional detida por privados-12500 hectares debruados com 12 quilómetros de praia.
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