O forcado Nuno Carvalho teve de trocar a Arena pela cadeira de rodas nesta tarde do dia 17 de Fevereiro volta ao Campo Pequeno. Ainda hoje, quase seis meses depois de sofrer a pega que lhe mudou a vida, Nuno Carvalho não sabe ao certo o que se passou. Já viu centenas de vezes , na televisão, o momento do acidente, em pleno Campo Pequeno de Lisboa, e não encontra explicação para as consequências irreversíveis do embate com o toiro que, desde a noite de 31 de Agosto de 2012, o tornou tetraplégico, com uma completa lesão entre a quarta e a quinta vértebras. São milésimos de segundo e só sei que caí mal. Em dez anos como forcado da Moita tive situações muito mais aparatosas das quais não houve nada de preocupante, diz o jovem de 26 anos, cuja postura sempre impressionou o meio da tauromaquia, que carinhosamente o trata por Mata. Nas imagens, Nuno é lançado pelo toiro e sofre uma queda, com o animal a passar-lhe por cima. Foi logo aí, ao sentir o pescoço a estalar, que percebeu que nada seria como dantes-até porque esteve sempre consciente . O amigo Zé Pedro foi primeiro a aproximar-se e perguntou-lhe se podia voltar a enfrentar o animal. Mata olhou para a mão direita viu-a pendurada e não teve dúvidas de que o corpo tinha deixado de responder. Não consigo, estou tetraplégico balbuciou, prostrado, ainda que sem dores. Desde então Nuno Carvalho tem vindo a enfrentar a pega mais dura de todas, com um internamento no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, durante mais de um mês, outro tanto no hospital do Barreiro e, no último trimestre, já sem respiração artificial, tem enfrentado o problema com uma rotina exigente no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, que pertence á Santa Casa da Misericórdia. Para mim , a fase mais complicada foi quando estava nos Cuidados Intensivos . Não ia á rua não via o sol, não apanhava ar fresco .Não via resultados de nada recorda.
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